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Dia do Meio Ambiente

Com 9,8 milhões de mudas, Paraná ajuda a salvar 26 espécies ameaçadas

Produção dessas plantas em risco de extinção pelos viveiros do IAT faz parte do Programa Paraná Mais Verde

Publicado em 05/06/2024 às 16:22

Nesta quarta-feira (05), Dia Mundial do Meio Ambiente, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, o Instituto Água e Terra (IAT) celebra uma marca importante: são 9,8 milhões de mudas de espécies nativas distribuídas desde 2019 em todo o Paraná.

O objetivo do órgão ambiental é entregar simbolicamente a planta “10 milhões” em setembro, durante a comemoração do Dia da Árvore (21). O IAT é vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest).

“O Paraná tem exercido um papel fundamental para ações de sustentabilidade e boas práticas. Temos esse grande cenário verde e estamos lutando para mantê-lo, seja ampliando a fiscalização contra o desmatamento ilegal, com a redução significativa deste tipo de crime, ou apoiando e distribuindo milhões de mudas para recuperar o nosso bioma”, destacou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza.

Paralelamente à regeneração do ecossistema, a proposta ajuda a salvar uma grande variedade de espécies ameaçadas de extinção, como a araucária, cedro-rosa, imbuia, canela-sassafrás, jatobá e palmito-jussara, que lideram o ranking das plantas mais procuradas pela população.

Ao todo, os 19 viveiros e os dois laboratórios de sementes administrados pelo IAT produzem uma variedade de 163 espécies nativas, 26 delas (cerca de 16%) ameaçadas de extinção. “Depois de cultivadas, essas mudas de espécies ameaçadas são disponibilizadas para a população que deseja recuperar áreas degradadas ou enriquecer fragmentos florestais, o que garante a sobrevivência futura dessas plantas”, explica a bióloga do órgão ambiental, Roberta Scheidt Gibertoni.

Os viveiros do IAT fazem parte do programa Paraná Mais Verde, lançado em 2019 pelo Governo do Estado. O objetivo da ação é despertar a consciência ambiental e aliar o desenvolvimento ambiental, econômico e social, por meio da produção e plantio de árvores nativas nas áreas urbanas e rurais. “Dentro do programa, nós temos uma linha de ação específica para incentivar a produção de espécies ameaçadas de extinção”, complementa a bióloga.


ESPÉCIES – Para enquadrar as espécies ameaçadas no Estado, o instituto utiliza duas métricas diferentes: a Lista Vermelha da Flora Ameaçada no Estado do Paraná, publicada em 1995 pelo Governo do Estado, e a Portaria Nº 148/2022, do Ministério do Meio Ambiente. Nesses levantamentos, as plantas estão classificadas como “em perigo” e “vulnerável”, dependendo do nível de risco de extinção.

Em relação ao material divulgado 1995, quatro espécies da categoria “em perigo” são produzidas nos viveiros do Paraná: guaçatunga ou cafezeiro-do-mato, uma das poucas árvores melíferas de inverno; guatambu, usado principalmente para fins paisagísticos por possuir uma copa piramidal; jatobá, planta que produz frutos capazes de alimentar tantos humanos quanto animais; e o jenipapo, que possui várias aplicações, incluindo na produção de tinta.

Com relação ao índice de 2022, outras duas espécies são cultivadas. A canela-sassafrás, muito explorada para a extração de óleos essenciais e que também possui aplicações artesanais; e a imbuia, árvore que pode viver por até 500 anos e tem um papel importante tanto na alimentação de animais quanto para a extração de um óleo usado na produção de perfumes.

As outras 20 plantas presentes nos levantamentos e produzidas nos viveiros estão classificadas como estado de raridade ou vulnerabilidade. Entre elas, uma das mais famosas é a araucária. Também conhecida como pinheiro do Paraná, a espécie é considerada a árvore-símbolo do Estado e possui também uma grande importância econômica por conta da produção de pinhão. Para auxiliar na recuperação da espécie, os viveiros do IAT já produziram mais de meio milhão de mudas de araucária desde 2019.

Complementam a listagem o araribá-rosa, barbatimão, cabriúva, espinheira-santa, feijão-cru, guarita, ipê-roxo, jaracatiá, pau-marfim, peroba-rosa, sangra d’água, tripa-de-frango, caixeta, cedro-rosa, grápia, jacarandá-da-Bahia, palmito-jussara, canela-preta, e o ipê-tabaco.

“Queremos preservar a natureza com espécies locais, recuperar o bioma da Mata Atlântica”, afirmou o diretor-presidente do IAT, José Luiz Scroccaro.

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