Portal da Cidade União da Vitória

Autismo

Abril azul, mês da conscientização sobre o autismo

Neste Papo de Especialista, Kátia Oliskowski, Secretária da Saúde em Canoinhas - SC, fala sobre Abril Azul, mês da conscientização sobre o autismo

Publicado em 01/04/2021 às 00:02

Kátia Oliskowski - Secretária da Saúde de Canoinhas - SC. (Foto: Araceli Rosa/Portal da Cidade União da Vitória )

Dia 02 de abril, é considerado pela Organização das Nações Unidas, desde 2007, o dia Mundial da Conscientização do Autismo, caracterizando também abril como o mês azul, para que possa ser dada mais visibilidade a esta temática.

O Transtorno de Espectro Autista foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo Doutor Leo Kanner que publicou a obra “Autistic disturbances of affective contact”. Ele definiu o autismo como uma patologia que se estruturava nos dois primeiros anos de vida, o qual despertou o interesse da Psicanálise nas relações da mãe com o bebê.

Em 1944, Hans Asperger, também um médico austríaco, escreveu um artigo com o titulo de Psicopatologia Autística da Infância, pesquisou e classificou a Síndrome de Asperger, um dos espectros mais conhecidos do Autismo.

Segundo a OPAS (Organização Pan Americana em Saúde, 2017), uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro autista (TEA).

Embora algumas pessoas com transtorno do espectro autista possam viver de forma independente, outras têm graves incapacidades e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.

O Autismo causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. As intervenções psicossociais baseadas em evidências, como o tratamento comportamental e os programas de treinamento de habilidades para os pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento, com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das pessoas com TEA e seus cuidadores, propiciando ao paciente melhor convívio social e ingresso às atividades acadêmicas facilitado.

As intervenções para as pessoas com transtorno do espectro autista precisam ser acompanhadas por ações mais amplas, tornando ambientes físicos e sociais mais acessíveis, inclusivos e de apoio, incluindo promoção da saúde, cuidados, serviços de reabilitação e colaboração com outros setores, tais como os da educação, emprego e social.

Em relação aos agentes causadores, evidências científicas disponíveis sugerem que há muitos fatores que tornam uma criança mais propensa a ter um TEA, incluindo os ambientais e genéticos, mas ainda há muitos desafios científicos em cima destas afirmações.

Algumas características podem ser sugestivas de TEA e devem ser observadas com atenção pelos pais ou cuidadores, pois o tratamento precoce é a chave do enfrentamento de qualidade:

• Intolerância a ruídos/ sons comuns;

• Relacionamento interpessoal afetado;

• Riso inapropriado;

• Não olhar nos olhos;

• Frieza emocional;

• Poucas demonstrações de dor;

• Gostar de brincar sempre com o mesmo brinquedo ou objeto;

• Dificuldade em focar-se numa tarefa simples e concretizá-la;

• Preferência por ficar só do que brincar com outras crianças;

• Não ter, aparentemente, medo de situações perigosas;

• Ficar repetindo palavras ou frase em locais inapropriados;

• Não responder quando é chamado;

• Acessos de raiva;

• Dificuldade em expressar seus sentimentos com fala ou gestos.

Os autistas leves geralmente são muito inteligentes e extremamente sensíveis a mudanças inesperadas.

No Brasil, a Lei Federal n. 12.764/12 garante atendimento prioritário, nos serviços públicos e privados para autistas, para acessar a credencial de prioridade, o paciente ou seu responsável deverá entrar em contato com a Secretaria de Saúde de sua cidade para maiores informações, cadastramento e confecção da carteirinha.

Em Canoinhas, o diagnóstico pode ser feito nas Estratégias de Saúde da Família, distribuídas pelo município, assim como em atendimentos especializados oferecidos pelos profissionais pediatras que atuam no Sistema Único de Saúde ou sistemas privados. Também compõem a rede de atendimento, os serviços como APAE, Programa de Acolhimento Psicossocial para Crianças e Adolescentes (PPCA) e a programas universitários estão construindo uma rede de apoio.

A AMA, Associação de Amigos do Autista, foi recentemente fundada na cidade, por um grupo de mães que luta pelos direitos e pela qualidade do atendimento aos autistas e está estruturando os serviços de maneira minuciosa, com apoio público e do setor privado.

Desta maneira, neste mês de abril de 2021, quando enfrentamentos inúmeros desafios relacionados a COVID 19, te convido a difundir a fita feita de peças de quebra cabeça colorido, que representa o mistério e a complexidade do autismo. Venha você também ser um apoiador.



Qual sua especialidade?

Publique seu conteúdo aqui na editoria Papo de Especialista do Portal da Cidade União da Vitória.

Ligue ou fale conosco pelo WhatsApp (42) 99871-0033

  

Fonte:

Deixe seu comentário