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Papo de Especialista

Fisioterapia no paciente com Covid-19

Conheça Giovana Simas de Melo Ilkiu, Fisioterapeuta e Coordenadora de Fisioterapia do Centro Universitário Vale do Iguaçu

Publicado em 12/05/2021 às 00:08

Dra. Giovana Simas de Melo Ilkiu

A indicação ao acompanhamento fisioterapêutico aos pacientes com suspeita ou com a nova infecção por COVID-19 deve ser criteriosa e destinada àqueles pacientes que, indiscutivelmente terão benefícios com os recursos fisioterapêuticos. Por isso, cabe ao fisioterapeuta uma avaliação minuciosa para identificação do diagnóstico fisioterapêutico e da possível necessidade de acompanhamento com suas intervenções, as quais devem ser sempre correlatas com um objetivo, de preferência mensurável. Esse diagnóstico fisioterapêutico deverá conter os distúrbios de movimento existentes, os quais englobam de função cardiovascular, respiratória, locomotora, bem como as limitações para realização das transferências e locomoção (COFFITO, 2020).


A atuação do fisioterapeuta é imprescindível no atendimento ao paciente com COVID-19, tanto em ambiente hospitalar quanto no pós-covid-19. No tratamento fisioterapêutico para estes pacientes, o auxílio da fisioterapia é capaz de promover uma aceleração no processo de recuperação do paciente e o risco de sequelas após a internação. Nos casos mais leves, as condutas fisioterapêuticas podem incluir adequação postural, manutenção de amplitude de movimento, manutenção da força muscular e exercícios físicos aeróbios leves com condutas prescritas pelo fisioterapeuta com indicação precisa para estes pacientes. Além de fortalecer a musculatura esquelética e reduzir a perda de massa muscular durante esse período, a fisioterapia desempenha um papel crucial para atenuar os sintomas cardiorrespiratórios decorrentes da doença.


No ambiente hospitalar, a presença do fisioterapeuta é importante tanto para a melhora da capacidade pulmonar nos casos menos graves quanto para a execução de procedimentos mais invasivos em pacientes de UTI. Para os pacientes de Covid-19 que não necessitam de terapia intensiva, a atuação do fisioterapeuta envolve basicamente a educação sobre a doença e o processo de tratamento, além de ações para evitar o agravamento dos sintomas.


Nas unidades de terapia intensiva, as intervenções do fisioterapeuta incluem o manejo respiratório e o gerenciamento da postura do paciente, além da realização de atividades de mobilização precoce para evitar complicações decorrentes da imobilidade e a condução do paciente em ventilação mecânica, o desmame do suporte ventilatório e a extubação.


Quando um paciente grave de Covid-19 recebe alta hospitalar, é preciso dar continuidade ao tratamento em ambiente ambulatorial. As atividades propostas incluem a fisioterapia respiratória e motora com objetivo de melhorar a capacidade e independência funcional do paciente sempre com acompanhamento constante do fisioterapeuta.


Considerando as questões de segurança durante a pandemia, em alguns casos essa assistência pode ser feita com o auxílio de vídeos, manuais ou consultas de telemedicina. Essa modalidade de atendimento está autorizada desde março após uma Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

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