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Papo de Especialista

O papel da nutrição na Síndrome Pós Covid-19

A infecção pelo Coronavírus pode deixar efeitos a médio e longo prazo, comumente chamados de "Síndrome Pós Covid-19".

Publicado em 28/07/2021 às 08:31
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A infecção pelo Coronavírus pode deixar efeitos a médio e longo prazo, comumente chamados de "Síndrome Pós Covid-19". Sabemos agora que a Covid-19 é uma condição inflamatória que pode ter efeitos duradouros por até seis e oito meses após a recuperação afetando diferentes órgãos, especialmente o fígado e os pulmões. Saiba como a Nutrição pode ajudar o paciente com estes sintomas.

Devem ser fornecidas calorias em quantidade adequada, dependendo do estado nutricional do paciente. A desnutrição não é apenas ter baixo peso corporal, mas também a incapacidade de manter uma relação gordura:músculo saudável.

Os pacientes com obesidade frequentemente apresentam disfunção respiratória, função imunológica prejudicada, aumento da inflamação e baixo volume pulmonar e força muscular. Estes indivíduos são mais propensos a pneumonia e estresse cardíaco. A obesidade com diabetes é ainda mais complicada. A restrição calórica é necessária para garantir a perda de gordura saudável e a manutenção de massa magra em pacientes obesos.

O consumo de proteínas é indicado como uma prioridade máxima. Recomenda-se a quantidade de proteína por dia para evitar a perda muscular e aumentar a força dos músculos respiratórios. A proteína de soro de leite (whey protein) é a escolha ideal se o orçamento permitir, pelo menos durante as primeiras duas a três semanas. Caso contrário, pode ser dada coalhada fresca, ovos bem cozidos e carnes magras dependendo da preferência de refeição e da função digestiva. A proteína deve ser ajustada individualmente com relação ao estado nutricional, nível de atividade física e tolerância digestiva.

O total de carboidratos não deve exceder 100-150g por dia. O aumento do consumo de carboidratos leva ao aumento da produção dióxido de carbono (chamado quociente respiratório), que deve ser evitado para diminuir o desconforto respiratório. Se o paciente for diabético, ele tem que ser monitorado de perto para detectar episódios de altos e baixos de glicose no sangue e a medicação/dieta precisa ser ajustada. A persistência de glicose alta é um efeito da infecção e também pode atrasar a recuperação. Optar por leguminosas, laticínios e vegetais ao invés de grãos e suas farinhas e açúcares.

Já em relação às gorduras, pode-se aumentar o consumo , principalmente para aumentar a oferta de calorias. Além disso, é indicado suplementar com ácidos graxos ômega-3 (de 1 a 2 g/dia) ou consumir mais fontes dessa gordura como a sardinha, atum e salmão. O ômega 3 desempenha um papel importante nas respostas imunológicas reduzindo a inflamação. Pode ser usado óleo de coco, manteiga, ghee, nozes, azeite de oliva, óleo para cozinhar.

Suplementos multivitamínicos e minerais são necessários com ênfase às vitaminas B/C/D, zinco e selênio. A deficiência de ferro ou anemia deve ser tratada.

Tem-se estudado muito sobre probióticos na síndrome Pós-Covid-19. Sabe-se que a alteração das bactérias intestinais benéficas é devida ao aumento da permeabilidade intestinal. Isto ocorre como resultado de uma infecção, bem como de um tratamento com antibióticos. Isto impulsiona ainda mais a inflamação. Os alimentos com probióticos ajudam a restaurar a imunidade. Neste caso, opte por kefir, chucrute, iogurte natural ou qualquer outro alimento fermentado.

ATENÇÃO: Estas são diretrizes gerais de nutrição para ajudar você a continuar a se recuperar. Isto não deve anular ou substituir as instruções do seu nutricionista ou médico. Se você tiver alguma comorbidade ou outros problemas que requeiram atenção mais específica, por favor, procure o profissional apropriado para obter ajuda.

Caso você precise da ajuda de um nutricionista para elaborar uma dieta individualizada contate nossa nutricionista no Ambulatório da Uniguaçu no telefone (42) 3522 61 92. O serviço é gratuito para a comunidade!


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