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Papo de Especialista

Reações após vacinação contra Covid 19

Por que algumas pessoas desenvolvem sintomas e outras não?

Publicado em 04/07/2021 às 21:48
Atualizado em

Com o avanço da vacinação no Brasil, mais pessoas estão tendo acesso ao imunizante. Entre as vacinas distribuídas no nosso país, está a vacina AstraZeneca/Oxford, quem vem chamando atenção pelos seus efeitos colaterais.

As vacinas, de modo geral podem ser produzidas por atenuação dos seus componentes, baseadas no enfraquecimento do patógeno, a partir de técnicas laboratoriais; ou serem do tipo inativas, onde vírus ou bactérias são inativados em laboratório ou apenas um componente específico do agente infeccioso é inativado, impedindo a replicação.

O que todas as vacinas fazem é se passarem por agentes infecciosos de forma a estimular a produção de nossas defesas, por meio de anticorpos específicos contra o “inimigo”. Assim, elas ensinam o nosso organismo a se defender de forma eficaz. Aí, quando o ataque de verdade acontece, a defesa é reativada por meio da memória do sistema imunológico

A vacina AstraZeneca é baseada em uma técnica nova, chamada de vetor viral não replicante; qual consiste na utilização de um vírus modificado para estimular o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o novo coronavírus. Em sua fabricação utiliza-se uma espécie de vírus enfraquecido (adenovírus). Quando a pessoa recebe a vacina, o vetor viral entra nas células e se comporta como o próprio vírus, causando uma infecção, porém de forma controlada e limitada, pois não é capaz de completar o ciclo viral.

Ao receber a primeira dose da vacina, o sistema imunológico aprende a reconhecer aquela partícula como um agente estranho e responde produzindo anticorpos de curta duração.

Dentro das células inicia um processo que expressa proteínas do adenovírus (vetor viral) e do SARS-COV 2. O sistema imunológico então, responde a isso como uma infecção viral normal, inclusive promovendo os sintomas de uma.

Com a segunda dose, o organismo usa aquilo que aprendeu na primeira e as células imunológicas respondem de forma mais específica, garantindo uma imunidade mais duradoura.

A vacina da Jansen segue a mesma lógica. Ela usa o adenovírus, também alterado para não se replicar.

A CoronaVac, testada no Brasil pelo Instituto Butantan, segue um padrão diferente, sendo criada com base no vírus inativado, estratégia mais comum para imunizantes. Para que a inflamação ocorra, ele é combinado com um adjuvante, o hidróxido de alumínio, que irá causar o alerta no sistema imunológico.

Já o imunizante do laboratório Pfizer é feito à base de RNA, sendo nosso sistema imune treinado para encará-lo como um sinal de perigo. Esse processo é controlado, ou seja, o RNA é modificado para manter a resposta no nível desejado.

A resposta imunológica de cada pessoa é individual, como uma impressão digital. Cada organismo responde de forma distinta a uma infecção, com alguns apresentando sintomas e outros não. Da mesma forma, cada pessoa vai apresentar uma resposta diferente à vacina. Por tanto, o fato de alguém não sofrer com efeitos colaterais não significa que a vacina não fez efeito e nem que o efeito foi menor. Uma série de fatores pode influenciar nessa resposta, como idade, sexo, alimentação, genética, estresse, entre outros.

Lembrando que, as vacinas não causam infecção pelo coronavírus! Elas ativam uma resposta imunológica pela presença da proteína viral, mas em nenhuma delas o vírus se replica para causar infecção.


Prof. Lidiane Apª Fernandes , Biomédica, pelo Centro Universitário Campo Real;

Especialista em Gestão de Saúde Pública, pelo Centro Universitário Campo Real

Mestre em Ciências Farmacêuticas, pela Universidade Estadual Centro Oeste do Paraná.

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